domingo, 17 de março de 2013

[Circo a motor] O carro estava realmente bom, Kimi

Arte sobre foto da Reuters - que eles não saibam
Sábado digno de corrida maluca, com direito à inédita continuação da classificação horas antes da corrida, já no domingo. Previsão de chuva para a manhã e tempo fechado à tarde, que na hora da corrida sempre pareceu que ia chegar realmente. Foram 23 acidentes nas 5 corridas anteriores. Tudo isso acrescido a pneus  que se deterioram ainda mais que os da temporada passada e um ainda maior equilíbrio de forças entre as equipes. O GP de Melbourne dava sinais de que teríamos uma madrugada de emoções. Até que tivemos, mas não por conta dos antecedentes.

TREINO CLASSIFICATÓRIO
Muita chuva e ainda maior velocidade de vento. Minutos antes de começar o treino, queda de energia. Quando era para os monopostos irem para a pista, vimos o carro médico passeando pelas retas e curvas do circuito de rua do Albert Park e os fiscais tentando diminuir a água na pista. De 10 em 10 minutos, o Q1 teve início meia hora depois.

Rodadas, passeios na grama e vários bicos deixados no meio do caminho, além de Gutierrez, estreante da Sauber que ficou parado dentro do carro no meio da pista até a primeira parte do treino acabar. Alguns dos grandes nomes poderiam ter ficado já ali, mas sobreviveram. Um deles foi Felipe Massa, que rodou, perdeu o bico, mas conseguiu voltar para marcar tempo, numa prova de que a sorte realmente pode ter vindo para ficar.

Com o aperto do vento, mesmo os muitos atrasos não foram suficientes para garantir segurança aos pilotos. Além disso, o início às 17h locais, para agradar as televisões europeias, também deixa no limite qualquer evento que precisa da iluminação natural para ocorrer - tratamos disso desde 2009, quando eu apenas observava a relação mídia e esportes.

Final da manhã de domingo e lá estavam os carros, em condições bem melhores do dia anterior. No Q2, a McLaren de Sérgio Pérez ficou em 15º, gerando muito mais comentários - que seguiram para a corrida - sobre uma escolha precipitada do piloto mexicano que do mau rendimento do MP4-28 da equipe britânica.

Até ali, Rosberg, muito bem na chuva, Hamilton e Vettel brigavam pela ponta. Porém, na hora da decisão, o atual tricampeão mundial passeou e mal precisou fechar sua última volta para garantir a poleposition. Logo atrás, outra RBR, Webber confirmava que a equipe realmente escondeu o jogo nos treinos de pré-temporada. A seguir, Lewis Hamilton e a dupla da Ferrari, Felipe Massa e Fernando Alonso, com o brasileiro à frente por 3 milésimos!

CORRIDA
Mal acostumados que estamos, todos pensamos que Vettel dispararia para mais uma vitória na categoria. O início parecia indicar que seria assim. O alemão largando bem e se distanciando por conta da briga atrás. Massa largou muito bem, aproveitando-se da lentidão de Webber na saída, e pulou para o 2º lugar, segurando muito bem Hamilton e, depois, Alonso. Raikkonen largou em 7º e em poucas voltas já se aproximava da dupla da Ferrari, ainda que bem menos comentado.

O piloto finlandês, Hamilton e a surpresa alemã Adrian Sutil partiriam para duas paradas e enquanto víamos os três primeiros de início da corrida brigarem, ainda que sem conseguirem se ultrapassarem na pista, eles conseguiam se manter à frente. Sutil foi a grande surpresa deste primeiro GP. A Force India conseguiu manter um bom ritmo de corrida e foi um coadjuvante que não só liderou algumas voltas, como prendeu os favoritos à vitória.

Felipe Massa foi o principal deles. Por uma decisão da Ferrari, Fernando Alonso foi para o segundo pit stop antes do brasileiro, que estava à sua frente, preso ao ritmo da RBR de Vettel. A equipe demorou para decidir levar Massa, com pneus mais antigos e rodando mais lento, para os boxes. Quando ele foi, voltou atrás de Alonso, Vettel e Sutil, carro o qual não conseguiu ultrapassar.

A corrida seguia dando indícios que o espanhol venceria mais uma corrida. Desta vez com uma signora ajuda da equipe. Enquanto Hamilton não voltou bem após a segunda parada, Raikkonen seguia bem na frente. Alonso até que deu algumas voltas mais rápidas, mas após todas os pit stops, a diferença de 6 voltas entre os pneus não apareceu.

O "Homem de Gelo" venceu pela 20ª vez na Fórmula 1, igualando a Mika Hakkinen em número de vezes no alto do pódio, e ainda brincou ao dizer à equipe que avisara que o carro estava bom. Depois da corrida, ainda afirmou que foi uma das vitórias mais fáceis da carreira e que esperava que outras assim viessem depois.

Fernando Alonso terminou em segundo e com a quarta colocação de Felipe Massa, a Ferrari começa o ano na liderança do campeonato de construtores, com 30 pontos. Um início infinitamente melhor que o ano passado. Vettel completou o pódio, chegando em terceiro, e demonstrando que ao menos em ritmo de corrida a RBR não está acima das concorrentes.

A Mercedes, que apesar da boa pré-temporada e dos treinos, vinha se afirmando como coadjuvante, viu Rosberg abandonar e Hamilton chegar apenas em 5º. Webber, Sutil, Di Resta, Button e Grosjean completaram a faixa de pontos. Destaque para a Force India, em 6º e 7º, confirmando não apenas ser a primeira das médias, mas tirando o lugar da McLaren, que só marcou dois pontos e viveu um final de semana muito ruim.

O circo já coloca a sua lona na Malásia para o próximo final de semana. Em meio a pneus com mais desgastes, vamos ver se a estratégia voltará a vencer. Ao menos por uma semana, a Lotus não só saberá que é sexy como também que o carro estava realmente bom.

Nenhum comentário:

Postar um comentário