quinta-feira, 5 de julho de 2012

[Por Trás do Gol] O texto que eu não queria escrever

Por onde começar? Digamos então que a sensação após o jogo de futebol desta quarta-feira à noite tenha se igualado a momentos históricos, como o rebaixamento palmeirense no Brasileiro de 2002. Por mais que esta Libertadores estivesse com a "cara" e a "alma" do Corinthians, ao menos, desde as quartas de final, ainda é difícil crer - e que me zoem tod@s @s corintian@s que eu conheço.

Por motivos "óbvios", a minha Time Line no Twitter e até mesmo no Facebook passou o dia com declarações de amor ao Corinthians, e cutucadas aqui, ali, acolá e em tudo que é lugar contra o time de Parque São Jorge. Eu não provoquei muito, eu acho. Por motivos de ordem pessoal, acabei, ao menos na prática das redes sociais, por evitar as provocações. Prova disso é que em nenhuma das partidas coloquei alguma das camisas do Boca que eu tenho. É, a minha sina é ter corintian@s por perto - ou não tão perto, já não sei mais diferenciar...

Fato é que venho de um período oposto ao "inverno caloroso" do Rio Grande do Sul, de 20º a 30º diários desde a semana passada. As trovoadas têm sido grandes e difíceis de conseguir secar o corpo a tempo - quando não a própria água só passa a existir metaforicamente. Antes da bola rolar, mais uma das intermináveis fichas caíram, e não tinha nada a ver com o jogo, mas ao mesmo tempo tinha tudo a ver com o jogo. 

Eles não precisam mais tirar foto assim. Ganharam uma...
Dito isto, comecei a partida com um desânimo daqueles, com uma certeza inexplicável de que o Corinthians seria campeão. Afinal, "não basta sofrer, tem que ser Anderson David Gomes dos Santos", né verdade? - o cara que fez o gol de empate deles na Argentina só foi "convocado" para a partida após ter feito dois golaços contra o Palmeiras, dizer o que disso?

O primeiro tempo foi puxado, típica decisão da Libertadores, com o Boca Juniors marcando bem melhor do que fez na Bombonera, controlando o jogo até os 20 e poucos minutos, principalmente com Mouche na ponta direita. O Corinthians não esteve nervoso e tomou o jogo para si no final.

A segunda etapa foi outra coisa. Como sempre ocorreu com este Corinthians sem centroavante, se não há criação de jogadas por meio de semi-apáticos Danilo e Alex, vai na bola parada. E como quase sempre é com o Sport Club Corinthians Paulista, que seja no sufoco.

Riquelme fez falta na defesa, ele geralmente não volta para marcar, discutiu com Tite e a jogada tinha tudo para dar errado, após explosão para o alto. Danilo fez a única grande jogada na partida e deixou de calcanhar para Emerson ajeitar e marcar. Explosão, agora de verdade, no Pacaembu, nas redes sociais lotadas de corintian@s e aquela certeza que eu tinha desde o início da partida terminou por tomar conta.

Quem acompanha futebol sabe. Ao contrário do "futebol chato" que muitos veem - mas viram também na Espanha que ganhou uma Euro contra a Itália por 4 a 0... -, o que há é um dos time mais bem postados taticamente no mundo, não um dos melhores, para deixar claro. É praticamente impossível alguém fazer gol contra um Corinthians bem armado. Ao contrário da primeira partida, quando Jorge Henrique saiu machucado e prejudicou o esquema de Tite, nada havia para estragar.

Depois, Schiavi roubou a bola e naquela arrancada de Emerson, que muito se assemelhou a do Diego Souza nas quartas de final, o resultado foi a bola na rede. Um dos amigos do apartamento, um ex-palmeirense quase novamente palmeirense por "culpa" minha, gritou um "não é possível". Sinceramente, o "não é possível" passeou pela minha cabeça na dita cuja partida em que o Diego Souza teve a bola defendida pelo Cássio e com o gol do Paulinho no final.

Como desgraça pouca é bobagem, ainda tenho a "honra" de receber um telefonema do meu pai, corintiano, aos 46 minutos do segundo tempo, com uma felicidade poucas vezes vista. Dizer o que além de um parabéns posterior a um "estou tentando ir bem, mas agora é difícil até de dizer tal coisa".

Foto: Léo Pinheiro/Terra

2012, amig@s. O arquirrival alagoano, o CRB, quebrou o tabu de dez anos sem vencer o Alagoano (e ainda mais num ano de Centenário!!!) e o nacional, o Corinthians, rompeu o "tabu de sempre", ganhando a Libertadores.

Não falo mais nada, até mesmo porque amanhã começa a decisão do ano, com toda a atenção, a raiva e os xingamentos de uma "nada mole vida" a serem descontadas em 180 minutos. Que Barueri continue sendo a casa deste time tão retirante quanto eu, um ser ainda em busca de um "lar" efetivo.

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