segunda-feira, 2 de julho de 2012

IRAAAAAAAADO! - E para a empresa tudo! Como é que é?

Como não escrevo esta "coluna" desde o dia 19 de setembro de 2010 (nem eu achava que era tanto...), vai a definição de "irado" que serve para ilustrar a sensação deste que vos escreve:

"irado: adj (lat iratu) Tomado de ira, agastado, colérico, enraivecido".


Pronto, agora posso tratar do que me deixou irado hoje. Quer dizer, escrever sobre o principal que me deixou irado. No andar das carruagens que me trouxeram do mês de junho até este 02 de julho não faltaram assuntos para me tirar a paciência, gerar dores de cabeça, impaciências, raivas e tudo o mais.

Como eu posso entender uma prefeitura que no início do ano realizou um racionamento de água porque o nível do Rio dos Sinos tinha caído muito por conta do forte verão que tivemos? Parando quando chovia, e chovia muito, e ficando na dúvida na semana seguinte de estiagem? Algumas regiões da cidade chegaram a ficar três dias sem abastecimento d'água!

Por que esta dúvida, afinal não havia água para todos os mais de 200 mil habitantes?

Simples, a seguir, questão de menos de um mês, começaram a fazer uma obra na Avenida Unisinos para melhor o abastecimento de água para o pólo tecnológico, situado na Unisinos. Quer dizer, num mês não havia água para a população, que paga os seus impostos e vota, mas no mês seguinte mostraram maior preocupação em garantir mais água para empresas que geralmente têm dedução de impostos, quando não estão isentas de pagá-los por um período... 

NOVIDADE
No final da semana passada, quinta-feira, prometeram fazer uma limpeza nos reservatórios aqui do condomínio. Lá vou eu avisar aos amigos do apartamento, acordar bem cedo no outro dia para tomar banho, fazer o que era possível, já que das 9h às 22h podia faltar água, segundo o aviso. Fiz tudo, deixei balde e panelas cheias de água para o extremamente necessário - banheiro, lavar as mãos, ... - por este período. O tempo passou, passou e, ao menos até às 15h30, quando saí de casa, a água não faltou.

Mais tarde, um dos meus amigos chegou do trabalho e avisaram a ele que talvez faltasse naquela madrugada. Enfim, menos mal ser de madrugada, não é mesmo? Ainda assim, aparentemente nada foi feito.

Passou sexta-feira e no sábado de manhã acordei com um carro de som pago pelo município para avisar que talvez faltasse água a partir do dia 1º (domingo). Ao meio-dia, quando fui colocar água na panela para preparar o almoço, eis a surpresa: nada de água!

O tempo foi passando, a impaciência aumentando, um vizinho ou outro perguntando aqui e acolá se nos demais apartamentos também não havia água e só às 19h30 ela voltou. Do mesmo jeito que parou de passar pelas torneiras, ela surgiu, para um grito de alegria em algum dos apartamentos.

Acabei enchendo novamente um dos baldes, por via das dúvidas de no domingo, dia "prometido", a água faltar novamente. Neste dia, como sairia mais tarde, resolvi garantir o banho logo cedo, mas a água não parou e pude me refrescar novamente no final da tarde, antes de ir a Porto Alegre. Detalhe: desde a semana passada, vivemos dias de Nordeste, ou seja, tempo limpo e temperatura variando de 21º aos 31º. Uma maravilha para quem teve um início de inverno como o do ano passado - "o pior dos últimos 15 anos".

Chega a segunda-feira, como não bastasse uma dor de cabeça que vai e vem desde sexta-feira, em que o cérebro parece querer se jogar a partir da primeira brecha dianteira do crânio e uma noite em que o próprio corpo queria pular da cama antes do necessário, liga-se a torneira e nada de água. Passam-se as horas e nada, nada. Ainda bem que tinha um balde e outras coisas com água suficiente para sanitário e tomar o bom e velho "banho de cúia". Se ainda havia alguma possibilidade de um dia tranquilo (existe isso?), foi embora desde cedo.

Encontrei a zeladora do condomínio quando saí de casa e ela me disse que "não era para faltar água", já que o que tinha para ser feito, e que poderia impedir a distribuição, já tinha ocorrido. Lembrei-a da obra na segunda parte da Avenida - a perto do trem. Estavam mexendo, novamente, nos tubos de água e podem ter desligado algo. De novo, para melhorar o abastecimento para o pólo tecnológico. Afinal, para que mesmo a população precisa de água se uma nova empresa transnacional irá se instalar na cidade, não é mesmo? A zeladora me disse que poderia ser e que se continuasse a faltar iria ligar para a Secretaria de Abastecimento.

Ah, como persona de mala suerte, faço questão de frisar o que ela me disse: metade do condomínio, que é abastecida por uma bomba e uma caixa d'água, tinha água, a outra, não...

Agora são 23h e nada de água na torneira, nos chuveiros, no sanitário ou em qualquer lugar...

LÁPIDE
Dado o "grande humor" e a quantidade de coisas "dando certo" nos últimos tempos, acho até que posso mudar o título desta coluna, de forma a ficar de mais fácil identificação para quem por aqui chegar. Deve servir para o meu epitáfio:

"Não basta sofrer, tem que ser Anderson David Gomes dos Santos" - nem dá para usar só o Anderson Santos, porque há milhares no Brasil, fazer o quê?

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